A divulgação de grandes escândalos de corrupção – como a operação Lava Jato e o recente Panamá Papers – tem outra contribuição muito importante para o Brasil, além da identificação e da punição dos envolvidos. Pouco a pouco, estamos sendo apresentados a nomenclaturas, regras, leis e procedimentos até então desconhecidos pelo cidadão comum. Uma das novidades adicionadas ao nosso vocabulário é a expressão de negócios offshore.
O termo já tinha sido utilizado em fases da Lava Jato, mas voltou às manchetes do mundo todo com a divulgação da série Panamá Papers. A iniciativa faz parte da mais ampla investigação realizada sobre empresas em paraísos fiscais. Pessoas de todo o mundo foram ligadas a crimes corrupção após a revelação de mais de 11 milhões de documentos.
O trabalho foi conduzido pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e envolveu 376 profissionais de 76 países. O centro das investigações é o escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca, que teria facilitado a abertura e a utilização de empresas offshore em esquemas de corrupção.
Existem muitas dúvidas e equívocos sobre o que é e como funciona uma empresa offshore. Algumas pessoas acham que todas essas empresas são ilegais e que servem apenas como “fachada”. Além de entender melhor, é essencial para gestores de instituições e profissionais da área de governança corporativa saber identificar quando uma offshore realmente representa risco.
Ter uma empresa offshore não é ilegal. A tradução é “extraterritorial